No meio da agitada semana, pausa para um programa diferente: relançamento da obra de Vinícius de Moraes, no Sesc Pompéia. O auditório não lotou, talvez por não ter a presença de celebridades como Chico ou Caetano, como no evento do relançamento da obra de Jorge Amado, também da Companhia das Letras, em março último. Dessa vez, os convidados eram todos intelectuais - os poetas Antonio Cícero e Eucanaã Ferraz; o professor, escritor e músico José Miguel Wisnik e Antonio Carlos Secchin, poeta e crítico literário. E intelectual - pra usar uma expressão já antiga - "não dá Ibope".
Fomos poucos e sentimo-nos privilegiados. O encontro de pessoas tão interessantes e de tanto talento resultou numa aula fantástica sobre a obra e a pessoa de Vinícius. E como bônus, as emocionantes leituras dos poemas.
Quando saímos, vimos que a noite era fria. Mas a poesia havia nos aquecido e dado um sentido maior àqueles momentos.
[No blogue de Antonio Cícero, o artigo sobre Vinícius, publicado na Folha de São Paulo, em 09/08, que você pode ler clicando aqui.]
O termômetro marcava dezessete graus: ô delícia. Caminhar pela Av. Paulista à noite é um espetáculo que vale a pena registrar. Os cinco minutos que eu gastaria do edifício do Sesc à estação Brigadeiro estenderam-se por quase uma hora, com direito ao café expresso da banca de jornal, papo bem-humorado com o vendedor e um convite dos meninos pra andar de skate na calçada lisinha, recém-inaugurada. A tentação foi grande, mas lembrei da minha infância de joelhos sempre ralados dos tombos de bicicleta, patinete e carrinho de rolimã, e não aceitei. Deveria?