terça-feira, 19 de maio de 2009

Feeling good - ou quase



Feeling Good, My Brightest Diamond, do álbum Dark was the night, 4ad Records.


Essa música já foi gravada por Nina Simone, John Coltrane, George Michael, Sammy Davis Jr. e dezenas de outros intérpretes.

Apesar do título, quando a escuto, bate uma inevitável melancolia.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Alone in Tokio




Alone in Tokio foi filmado em maio de 2008, pelo talentoso Philip Bloom, com música do duo francês Air.

Ao ver o filme, a primeira coisa que pensei foi que as grandes cidades e seus habitantes são muito semelhantes, mesmo estando em extremos opostos do planeta e com culturas tão diferentes.
Sem mudar nada no roteiro, poderíamos situá-lo em Madri, Nova York, Londres, São Paulo. O filme toca em pontos sensivelmente dolorosos da grande metrópole: a solidão e a perda de identidade. Apesar de melancólico, é sereno e lindo, como o som do Air.

Achei que Tokio lembra São Paulo, mas com uma diferença crucial: , as ruas são inacreditavelmente limpas.


[Você pode assistir também o vídeo em HD e full screen, clicando aqui.]

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Indignação" - o novo livro de Philip Roth

[cartoon de Ward Sutton, retirado daqui]


Está saindo do forno o novo livro de Philip Roth, Indignação, tradução de Jorio Dauster, aguardado por seus leitores em terras tupiniquins desde o ano passado, quando foi lançada a edição em inglês.

Na
Bravo! deste mês saiu este artigo do Almir de Freitas sobre o livro.

John Banville, o autor irlandês de O mar e O livro das provas, em artigo publicado na Folha de São Paulo (Caderno Mais de 28/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) descreveu Indignação como "o melhor romance de Philip Roth desde O Avesso da Vida (1986)". Trecho da crítica de Banville:
Desde então, publicou muitos livros excelentes - talvez livros demais: ele é quase tão prolífico quanto John Updike-, mas nenhum com um desenho tão intricado, apaixonado e fascinante quanto este.
Roth recebeu grandes elogios por lamentos à moda do rei Lear em romances como "Teatro de Sabbath" e "O Animal Agonizante", bem como, mais recentemente, por "Homem Comum" e "Fantasma Sai de Cena" [todos pela Cia. das Letras], nos quais a morte tem presença central.
Mas, em seu novo romance, retomou a graça e sutileza de trabalhos anteriores e produziu uma obra-prima tardia.


Dos livros mais recentes, gostei muito de Homem comum, que comentei aqui, em 2007, num dos primeiros posts do blogue.

João Pereira Coutinho,
em sua coluna da Folha (Ilustrada, 23/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) escreveu sobre Indignation:
Vocês querem saber qual a minha idéia de inferno? Leiam as "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O inferno é uma eternidade de memória: nós, do outro lado da margem, condenados a recordar, e a recordar, e a recordar. Uma sessão de psicanálise sem fim, onde não existe catarse possível. Apenas a obrigação cínica de revisitar o que fizemos e fomos. Eis o tema do último livro de Philip Roth, que acaba de sair por estas bandas e foi lido de um fôlego só. Philip Roth leu Machado? Mistério. Mas o seu Marcus Messner, personagem principal de "Indignation", relembra Brás Cubas pelo motivo mais simples: também Marcus relata a vida que teve depois de a vida cessar -ou, pelo menos, sob a influência da morfina terminal.
Só nos resta aguardar, pra conferir. Volto com outro post, depois de lê-lo. Mas cá pra nós, acho que Roth leu, sim, o velho Machadão.


[Indignação, de Philip Roth. Tradução de Jorio Dauster. Companhia das Letras, 104 págs., preço a definir.]

sábado, 9 de maio de 2009

gadget (ainda) de luxo


A Amazon apresentou esta semana o e-reader Kindle DX, com mais atrativos que o Kindle normal, como a tela de 9,7 polegadas (24,6 cm, medida na diagonal) e rotação automática retrato/paisagem. A tela maior visa atrair também um público de leitores de jornais e de livros técnicos, que terão uma melhor visualização no novo modelo.



O DX utiliza a
tecnologia de papel eletrônico da e-Ink, que possui as mesmas propriedades de conforto de leitura visual do papel. Não há luz de fundo ou emissão de qualquer tipo e a tecnologia imita as propriedades do papel, como o contraste.


O mais novo objeto de desejo dos leitores compulsivos de todo o mundo tem apenas 9 mm de espessura, pesa pouco mais de 500 g, faz downloads em redes sem fio de qualquer título em menos de um minuto e tem capacidade para armazenar - pasmem - 3500 livros.
Outras grandes empresas de tecnologia, como a Sony e a Apple, estão de olho nesse mercado de
e-readers, que podem ser a solução para a atual crise mundial da imprensa, com a circulação de jornais caindo vertiginosamente.

O aparelho da Amazon funciona como um iPod e é a ponta de um sistema de literatura eletrônica ancorado na maior livraria virtual do planeta, que oferece 275 mil livros, 37 jornais e 28 revistas aos usuários do e-reader.

Na apresentação do Kindle DX, Jeff Bezos - o criador da Amazon - esteve acompanhado pelo publisher do jornal New York Times, Arthur Sulzberger Jr. O grupo do Times, que detém também o Boston Globe, vai fazer promoções especiais de preço reduzido do DX para os seus assinantes. O Washington Post também fará uma promoção idêntica.

Tudo indica que o e-reader, com a concorrência, terá um preço menor e que, num futuro nem tão longínquo, será 'figurinha fácil' em todos os lugares, a exemplo do que aconteceu com os notebooks.
Sabe-se que o modelo do Kindle 1 vendeu, desde o seu lançamento em 2007, 500 mil unidades. Não é pouco para um gadget de luxo.

Se você é daqueles que ainda acham que nunca lerá um livro ou um jornal numa tela portátil, é melhor sair das cavernas. Estamos no século 21, embora muitos ainda não tenham assimilado este fato.

terça-feira, 5 de maio de 2009

outono em são paulo


E tu, aranha
como cantarias
neste vento de outono?



de Matsuo Bashô, poeta japonês (1644-1694)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

o futuro e as cidades

Esta semana conheci alguns blogues geniais. Como não sei ficar quieta quando gosto de algo, resolvi partilhar meu entusiasmo. Um deles é o Paleo-Future , que mostra futuros imaginados em épocas passadas. Muito interessantes os posts e engraçadíssimos, um melhor que o outro. A gravura abaixo é de 1910 e faz parte da coleção da Bibliothèque nationale de France (BnF). Ela cria um ambiente no ano 2000, quase um século à frente.



A ilustração me fez lembrar um 'desenho' que via na tevê quando criança, Os Jetsons, em que Jane, a Sra. Jetson, fazia sua toilette em segundos, ao passar por uma máquina que a penteava e maquiava. As parafernálias tecnológicas e o modo de vida que eram pura fantasia nos episódios de Os Jetsons hoje estão presentes em nosso cotidiano: os prédios inteligentes que atendem por comando de voz, o jornal eletrônico que o patrão do George lia no escritório, as esteiras rolantes nas áreas urbanas e lojas. George trabalhava o dia inteiro, apertando um só botão; muitos hoje chegam perto disso, só usando o mouse. Astro, o cachorro mimado da família, se exercitava na esteira; atualmente isso é comum em hotéis para cachorros, por falta de espaço ou para que o pet não fique parado em dias de chuva. Só nos faltam os carros voadores e a tal machine de toilette - esta, por sinal, iria me poupar muito tempo de manhã.

E o projeto de Oscar Niemeyer para o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, não é a própria casa dos Jetsons?





Voltando aos blogues, outro muito bacana é o New York Daily Photo, que apresenta lugares sensacionais de NY, alguns já conhecidos; outros, típicos, mas escondidos no meio da infinidade de opções da grande metrópole. Foi lá que fiquei sabendo que a Vesuvio Bakery, tradicional café e loja de pães do bairro do Soho, foi fechada, infelizmente, em fevereiro deste ano. Uma pena, mesmo. Esperava conhecê-la um dia. Quem sabe algum apaixonado por pães e pela cidade de NY resolva reabri-la, mantendo a fachada verde, o toldo azul e a linda vitrine com letras douradas.



Já pensei muitas vezes em criar um blogue similar¹ sobre a cidade de São Paulo, que também reúne locais comerciais fantásticos: bares tradicionais, pequenos restaurantes, livrarias e sebos, hiperlojas onde se acha de tudo ou lojinhas escondidas onde descobrimos coisas que se tornam instantaneamente imprescindíveis. Eu só precisaria de tempo. Ou de um patrocinador. Alguém interessado?


¹ Com tantos blogues atualmente pela web, é mais provável que esse blogue sobre São Paulo já exista. Se conhecerem, linquem aí, s'il vous plaît.