segunda-feira, 15 de outubro de 2007

PIAF - a vida que daria um filme


Ela tinha apenas 1,47 de altura, um aspecto doentio e cabelos escassos. Mas sua voz tornou-a um mito: quando cantava, era como um facho de luz que atingia a todos, sem distinção.

Não tem como não nos emocionarmos: o filme é fantástico, a interpretação de Marion Cotillard é inacreditável, as músicas são lindas e nostálgicas; o clima noir e a construção narrativa - alternando tempos e espaços diferentes da vida trágica de Edith Piaf - são uma aula de cinema. Não foi por acaso que, depois da estréia, houve na França uma verdadeira febre Piaf, com reedições de todos os tipos, biografias e caixas com CDs da cantora.

O mais incrível é sentir, na voz tão cheia de emoções de Piaf, que as canções antigas se tornam presentes, vivas, mesmo 60 anos depois. Essa habilidade de transportar sentimentos através do tempo, é o que atesta o poder da música: toda vez que ouvimos uma grande canção, ou aquela que tem um significado especial para nós, somos transportados a outro mundo; sentimos conforto ou angústia, revivemos emoções esquecidas, saímos da rotina, lembramos de nossos sonhos.

Fazia tempo que eu não chorava assistindo a um filme. Quebrei minha série invicta de vários anos, ao vê-la cantando, na última cena, Non, je ne regrette rien - uma grande canção. Disfarçadamente, como muitos que demoraram a levantar de suas poltronas, fiquei lendo os créditos.

http://www.edithpiaf.com.br