terça-feira, 12 de junho de 2007

impotência

O que se faz quando, ao chegar em casa, dois rapazes tiram você do carro à força e somem com o seu amigo de quatro rodas, em menos de um minuto?

Nada. Não dá pra fazer nada.

O pior de tudo, depois de passar 2 horas ao telefone bloqueando cartões, celular, falando com o seguro, o banco e o diabo a quatro... é ter de agradecer por ser isso o que aconteceu. É neste mundo que vivemos.

Lembrei de um poema do Ferreira Gullar:

No mundo há muitas armadilhas
e o que é armadilha pode ser refúgio
e o que é refúgio pode ser armadilha
[...]
A vida é pouca
a vida é louca
mas não há senão ela
E não te mataste, essa é a verdade

Estás preso à vida como numa jaula.
Estamos todos presos
nesta jaula que Gagárin foi o primeiro a ver
de fora e nos dizer: é azul.
E já o sabíamos, tanto
que não te mataste e não vais
te matar
e agüentarás até o fim.

O certo é que nesta jaula há os que têm
e os que não têm
há os que têm tanto que sozinhos poderiam
alimentar a cidade
e os que não têm nem para o almoço de hoje
[...]
Há muitas armadilhas no mundo e é preciso quebrá-las.

[Ah... o melhor que eu faço é voltar pro meu Dostoiévski!]

3 comentários:

Sinayoma disse...

Sinto muito! Essa vida realmente é uma jaula!

Nossa...vc também está lendo Dostoiévski? Eu estou também..aliás anda uma onda de gente lendo! ;)

bjos
Cuide-se

Anderson Lucarezi disse...

My, ainda bem que existe a Poesia!
beijo no coração!

Petê Rissatti disse...

Susto. Muito susto quando li.
Graças a Deus, tudo bem.
Te amo, viu...