
Está saindo do forno o novo livro de Philip Roth, Indignação, tradução de Jorio Dauster, aguardado por seus leitores em terras tupiniquins desde o ano passado, quando foi lançada a edição em inglês.
Na Bravo! deste mês saiu este artigo do Almir de Freitas sobre o livro.
John Banville, o autor irlandês de O mar e O livro das provas, em artigo publicado na Folha de São Paulo (Caderno Mais de 28/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) descreveu Indignação como "o melhor romance de Philip Roth desde O Avesso da Vida (1986)". Trecho da crítica de Banville:
Desde então, publicou muitos livros excelentes - talvez livros demais: ele é quase tão prolífico quanto John Updike-, mas nenhum com um desenho tão intricado, apaixonado e fascinante quanto este.Dos livros mais recentes, gostei muito de Homem comum, que comentei aqui, em 2007, num dos primeiros posts do blogue.
Roth recebeu grandes elogios por lamentos à moda do rei Lear em romances como "Teatro de Sabbath" e "O Animal Agonizante", bem como, mais recentemente, por "Homem Comum" e "Fantasma Sai de Cena" [todos pela Cia. das Letras], nos quais a morte tem presença central.
Mas, em seu novo romance, retomou a graça e sutileza de trabalhos anteriores e produziu uma obra-prima tardia.
João Pereira Coutinho, em sua coluna da Folha (Ilustrada, 23/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) escreveu sobre Indignation:
Vocês querem saber qual a minha idéia de inferno? Leiam as "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O inferno é uma eternidade de memória: nós, do outro lado da margem, condenados a recordar, e a recordar, e a recordar. Uma sessão de psicanálise sem fim, onde não existe catarse possível. Apenas a obrigação cínica de revisitar o que fizemos e fomos. Eis o tema do último livro de Philip Roth, que acaba de sair por estas bandas e foi lido de um fôlego só. Philip Roth leu Machado? Mistério. Mas o seu Marcus Messner, personagem principal de "Indignation", relembra Brás Cubas pelo motivo mais simples: também Marcus relata a vida que teve depois de a vida cessar -ou, pelo menos, sob a influência da morfina terminal.Só nos resta aguardar, pra conferir. Volto com outro post, depois de lê-lo. Mas cá pra nós, acho que Roth leu, sim, o velho Machadão.
[Indignação, de Philip Roth. Tradução de Jorio Dauster. Companhia das Letras, 104 págs., preço a definir.]
4 comentários:
eu estava querendo um comentário sobre o novo livro de Philip Roth e você não somente fornece o comentário como indica onde eu possa encontrar outros. Ótimo. Acho que você é outra maluca por livros.
Acertou. Na mosca.
Que legal ler comentários sobre o livro! Eu tava meio por fora das leituras de cadernos sobre literatura, mesmo assinando a Bravo!, pois estou um pouco cansado da forma como é tratada a literatura, meio que a reboque do mercado editorial. No entanto, sempre há aqueles momentos em que a imprensa consegue acertar, e ou resgata um grande clássico ou põe em visibilidade um grande livro. Certamente esse é um desses. Aliás, ultimamente Roth me parece quase uma obsessão, pois li quatro romances dele seguidos: Complexo de Portnoy, Homem Comum, Casei com um Comunista e Indignation. Todos excelentes!
Prazer em conhecer seu blog!
Olá,
Acabei de ler o livro. É, simplesmente, MAGISTRAL!!! Nunca senti nada igual desde que li "Trabalhadores do Mar", de Vitor Hugo e "Germinal", de Emile Zola.
Li de uma tacada...
É uma obra prima, uma ode ao momento mais conturbado de nossas vidas: a juventude. Contradições, medos, angústias e idealismo. Felizmente, muitos de nossos sobrevivemos a essa fase. Marcus não teve essa chance...
É uma cápsula do tempo a que nos remetemos, aos nossos próprios momentos, muito similares ao enfrentados por Marcus.
Rodrigo (twitter: kataskapos).
Saudações.
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