segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Indignação" - o novo livro de Philip Roth

[cartoon de Ward Sutton, retirado daqui]


Está saindo do forno o novo livro de Philip Roth, Indignação, tradução de Jorio Dauster, aguardado por seus leitores em terras tupiniquins desde o ano passado, quando foi lançada a edição em inglês.

Na
Bravo! deste mês saiu este artigo do Almir de Freitas sobre o livro.

John Banville, o autor irlandês de O mar e O livro das provas, em artigo publicado na Folha de São Paulo (Caderno Mais de 28/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) descreveu Indignação como "o melhor romance de Philip Roth desde O Avesso da Vida (1986)". Trecho da crítica de Banville:
Desde então, publicou muitos livros excelentes - talvez livros demais: ele é quase tão prolífico quanto John Updike-, mas nenhum com um desenho tão intricado, apaixonado e fascinante quanto este.
Roth recebeu grandes elogios por lamentos à moda do rei Lear em romances como "Teatro de Sabbath" e "O Animal Agonizante", bem como, mais recentemente, por "Homem Comum" e "Fantasma Sai de Cena" [todos pela Cia. das Letras], nos quais a morte tem presença central.
Mas, em seu novo romance, retomou a graça e sutileza de trabalhos anteriores e produziu uma obra-prima tardia.


Dos livros mais recentes, gostei muito de Homem comum, que comentei aqui, em 2007, num dos primeiros posts do blogue.

João Pereira Coutinho,
em sua coluna da Folha (Ilustrada, 23/09/08, aberto para assinantes UOL e Folha) escreveu sobre Indignation:
Vocês querem saber qual a minha idéia de inferno? Leiam as "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O inferno é uma eternidade de memória: nós, do outro lado da margem, condenados a recordar, e a recordar, e a recordar. Uma sessão de psicanálise sem fim, onde não existe catarse possível. Apenas a obrigação cínica de revisitar o que fizemos e fomos. Eis o tema do último livro de Philip Roth, que acaba de sair por estas bandas e foi lido de um fôlego só. Philip Roth leu Machado? Mistério. Mas o seu Marcus Messner, personagem principal de "Indignation", relembra Brás Cubas pelo motivo mais simples: também Marcus relata a vida que teve depois de a vida cessar -ou, pelo menos, sob a influência da morfina terminal.
Só nos resta aguardar, pra conferir. Volto com outro post, depois de lê-lo. Mas cá pra nós, acho que Roth leu, sim, o velho Machadão.


[Indignação, de Philip Roth. Tradução de Jorio Dauster. Companhia das Letras, 104 págs., preço a definir.]

4 comentários:

Nivaldo Tenório disse...

eu estava querendo um comentário sobre o novo livro de Philip Roth e você não somente fornece o comentário como indica onde eu possa encontrar outros. Ótimo. Acho que você é outra maluca por livros.

Myriam Kazue disse...

Acertou. Na mosca.

pedrhenriq disse...

Que legal ler comentários sobre o livro! Eu tava meio por fora das leituras de cadernos sobre literatura, mesmo assinando a Bravo!, pois estou um pouco cansado da forma como é tratada a literatura, meio que a reboque do mercado editorial. No entanto, sempre há aqueles momentos em que a imprensa consegue acertar, e ou resgata um grande clássico ou põe em visibilidade um grande livro. Certamente esse é um desses. Aliás, ultimamente Roth me parece quase uma obsessão, pois li quatro romances dele seguidos: Complexo de Portnoy, Homem Comum, Casei com um Comunista e Indignation. Todos excelentes!

Prazer em conhecer seu blog!

Anônimo disse...

Olá,

Acabei de ler o livro. É, simplesmente, MAGISTRAL!!! Nunca senti nada igual desde que li "Trabalhadores do Mar", de Vitor Hugo e "Germinal", de Emile Zola.
Li de uma tacada...
É uma obra prima, uma ode ao momento mais conturbado de nossas vidas: a juventude. Contradições, medos, angústias e idealismo. Felizmente, muitos de nossos sobrevivemos a essa fase. Marcus não teve essa chance...
É uma cápsula do tempo a que nos remetemos, aos nossos próprios momentos, muito similares ao enfrentados por Marcus.

Rodrigo (twitter: kataskapos).

Saudações.